Mais de 100 mil refugiados já cruzaram a fronteira entre o estado de Nilo Azul, no Sudão, e o estado do Alto Nilo, no Sudão do Sul. Passando fome, doenças e outras privações durante a viagem, alguns deles mostram ao fotojornalista Brian Sokol quais os objetos mais importantes de suas vidas.
Os números impressionam e as desumanas condições por que passam essas pessoas também. O drama dos refugiados no Sudão do Sul tem várias caras e Brian Sokol foi conhecê-las, acabando por criar o projeto The Most Important Thing. Nele os refugiados mostram o que conseguiram trazer na viagem e que é fundamental nas suas vidas. Nas fotografias se incluem objetos como recipientes de água e panelas.
Ahmed tem 10 anos e escolheu seu macaco de estimação, Kako. Ele não imagina sua vida sem o macaco, companheiro de viagem durante os cinco dias em que foram na traseira de um caminhão desde Taga até à fronteira do Sudão do Sul.
Haja, 55 anos, escolhe seu taupe, com o qual consegue transportar a neta, Bal Gaze.
Maria, de 10 anos, diz que o objeto mais importante que tem no momento é o recipiente de água.
Com 85 anos, Torjam teve força para levar consigo essas duas garrafas de plástico, uma com água, outra com óleo para cozinhar. Conta que teve de deixar alguns idosos para trás.
Hasan não sabe ao certo a sua idade (terá entre 60 e 70), mas sabe que com essa carteira, agora vazia, conseguiu alimentar sua família durante os 25 dias de viagem até à fronteira do Sudão do Sul.
Taiba tem 15 anos e é uma das mais vulneráveis do grupo fotografado por Brian Sokol. Não conseguiu levar mais nada a não ser a roupa que cobre seu corpo. Perdeu o braço esquerdo devido ao tétano.
Magboola, 20 anos, escolhe uma panela, pequena o suficiente para transportar consigo, grande que chegue para dar de comer a ela e às três filhas.
Omar também não sabe a idade (entre os 60 e os 70, provavelmente) e escolhe o machado como objeto mais importante da sua vida. Com ele, Omar consegue cortar lenha para cozinhar. O machado serviu ainda para ajudar a construir pequenas estruturas de madeira, onde ele e a família puderam se abrigar e dormir.
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